sexta-feira, 28 de novembro de 2008

sábado, 15 de novembro de 2008

blogueiros defendem seu caráter cultural - estado de são paulo


O Estado de São Paulo, Caderno C, 14 de novembro de 2008.


Blogueiros defendem seu ''cárater cultural''

Blogs possibilitam acesso a raridades que de outra maneira não se encontram

Lauro Lisboa Garcia

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Há uma significativa diferença entre postar CDs recém-lançados - que muitas vezes aparecem nos blogs antes de chegar às lojas - e antigos e obscuros LPs, que as gravadoras não cogitam relançar por não ter "valor comercial". Mas nem todos os blogueiros de música lidam bem com esse aspecto ético. Diletantes, uns se dão o trabalho de revirar os próprios baús e formam redes de colaboradores. Outros criam compilações próprias e fazem arte de capa para CD, como o Sacundinbenblog, que acaba de postar uma coletânea com canções mais funkeadas de Roberto Carlos. Há também os que se viram com o que cai fácil na rede, sem critério e sem estilo, para criar os sites. Os bons têm uma listagem de links de parceiros, o que vira uma aventura sem fim vasculhar o material de um e de outro. Os textos editoriais ressaltam o fato de nenhum ter fins lucrativos, mas caráter cultural. Eis a questão.

O DJ carioca Daniel Tamenpi, criador do Só Pedrada, foi notificado pelo DMCA por ter postado um CD da filha de Nina Simone. Mas ele também abre espaço para gente nova "que não tem divulgação, principalmente o hip-hop underground, que por natureza não tem muita visibilidade comercial", diz.

Tamenpi também diz que conquistou bastante público por causa do blog. "Sempre segmentei meu trabalho em sons diferentes, coisa que é muito complicada. Ainda mais em uma cidade como o Rio de Janeiro, onde nada que é alternativo dá certo. O que vinga é o que está na moda." Antes do blog ninguém conhecia quase nada que ele tocava na pista, depois passou a ser um pouco mais fácil: "Conheci bastante gente com os mesmos gostos musicais que eu, coisa que achava não existir."

Com o Loronix, Zeca Louro também conquistou admiradores no mundo inteiro, mas de outra forma. Além do diferencial de disponibilizar material raríssimo - principalmente de bossa nova e outros gêneros de música brasileira dos anos 40 aos 70 -, acompanhado de textos informativos sobre os discos, os artistas, e creditar a autoria das faixas, Zeca tem o cuidado de escanear as capas com boa resolução, digitalizar os discos de vinil e limpar o máximo de chiados e cliques que alguns programas milagrosos permitem.

De outra maneira seria difícil ter acesso a álbuns que nem se encontram nos sebos de São Paulo, como os de Luiz Bonfá, Trio Surdina, Waltel Blanco, Lyrio Panicalli e Jacob do Bandolim, entre outros apontados por ele como os mais preciosos do site. "Antigamente sem o Loronix e outros blogs, a chance que você tinha de ouvir um disco dos Ipanemas ou do Henry Mancini, por exemplo, era só comprando num site de leilões e nem sempre existe essa disponibilidade", diz Zeca.

Além disso, o Loronix é quase todo escrito em inglês, o que possibilita que essa discografia brasileira tenha um alcance muito maior fora do País."Se fosse em português o site não teria chegado aonde chegou. É triste, mas eu também não teria motivação de escrever só para o público do Brasil", diz Zeca, que já foi roqueiro punk nos anos 80. "O share de acesso por país é 49% do Brasil e 51% do resto do mundo", conta.

O Loronix tem mais de 2 mil títulos e recebe colaborações de Jorge Mello e Caetano Rodrigues, conhecido como o maior colecionador de discos de bossa nova. Caetano e Zeca também contribuíram para a realização do recém-lançado livro 300 Discos Importantes da Música Brasileira, organizado por Charles Gavin. Se o propósito do livro é recuperar e preservar a memória da música brasileira, falta ao leitor ter acesso ao som dos muitos títulos raros que ilustram suas páginas. Blogs como o Loronix suprem essa carência. "O Loronix é fantástico e cumpre exatamente esse papel importante, de informar e suprir toda uma ala de discos esquecidos, abandonados, que ninguém na indústria fonográfica sabe que existem", diz Gavin.

A política de Zeca é a de considerar o meio de vida dos artistas, respeitando os direitos de quem está na ativa ou tem discos à venda. Provavelmente por isso ele não tenha recebido notificação do DMCA. "Não tenho nada contra colocar disco novo nos sites etc., mas não me sinto confortável de fazer isso, porque qual o sentido de colocar no Loronix um CD que você pode ir na loja e comprar?", questiona. "Não existe nada que justifique colocar o catálogo da Biscoito Fino, por exemplo, num site."

Rodrigo Faour concorda com Zeca. "Quando são discos raros de gravadoras obscuras, ou coisas fora de catálogo há anos, é bom que a gente possa compartilhar isso. É a cultura que está em jogo. Se alguém é detentor dos fonogramas e não faz nada com eles, alguém tem de fazer", diz. "Agora, se eles saem em CD numa edição bacana, com encarte, com letras, aí realmente acho que tem de ter um mecanismo legal para coibir isso, porque é uma sacanagem, porque há um investimento e todo mundo perde: a indústria, o artista, o produtor."

A complexa questão de direitos é mais relevante para o cantor e compositor Gilberto Gil do que se preocupar em patrulhar o compartilhamento de seus discos. "Como estou com o espírito muito aberto, e de certa forma tendendo a me associar à corrente da abertura, da flexibilização, à esquerda e não à direita, não estou muito preocupado com os meus instrumentos específicos de fiscalização. Acho que é uma fase experimental, que você tem de ver até onde vai", diz o cantor.

Gil defende a garantia da cópia privada. "Por que a pessoa não pode fazer uma cópia para uso pessoal, como é o caso desse site aí (referindo-se ao Loronix), ou para distribuir para os seus amigos de graça? Pois se temos a tecnologia, as técnicas digitais que permitem fazer isso. Então é complicado demais ficar insistindo no ?law and order? no sentido clássico, de basicamente defender os interesses e os direitos adquiridos daqueles que até hoje exploraram, que até hoje detiveram a hegemonia no mercado - que são as grandes gravadoras, as grandes editoras, etc. -, em detrimento dessa emergência fundamental do indivíduo", diz. "Estamos em fase de luta aberta entre a nova cultura e a nova tecnologia e os velhos padrões."

Tamenpi diz que não coloca discos de grupos brasileiros independentes sem o consentimento deles. "Aí já acho caído. O cara trampou pra fazer um disco e tá no corre pra vender. Várias pessoas já vieram pedir pra colocar os discos no blog, outras eu peço pra colocar e elas pedem pra esperar a prensagem ser totalmente vendida pra disponibilizar de graça. Acho o preço do CD no Brasil um absurdo. Sei que é por causa das majors que esse problema com os blogs está acontecendo."

Em geral os blogs alertam nas páginas de abertura que se alguém se sentir prejudicado pelo armazenamento de qualquer material pode reclamar que este será retirado. "O que os blogs fazem não incomoda os artistas, e caso alguns se sintam incomodados, é porque existe algum desconforto do mesmo em relação à atitude da gravadora que vai ver o disco publicado para download", diz Bruno Rodrigues, do extinto Som Barato. "A impressão que dá é que todo artista quer ver o seu som ?rodando por aí?, mas não fala isso publicamente, quando tem uma gravadora que o encheu de contratos e compromissos legais."

Metaforicamente, essa tendência também resolve em parte um dos grandes entraves da indústria fonográfica no Brasil: a distribuição, que sempre prejudicou os artistas menos comerciais. Uma vez que esses blogs não tiram proveito financeiro de seu conteúdo, a questão remonta, em proporção infinitamente ampliada, aos tempos em que se copiava música dos LPs para fitas cassetes, como exemplifica o blogueiro Fulano Sicrano, do Um Que Tenha. "Se a vontade de compartilhar persiste por décadas, é bobagem de quem tem ?o direito sobre a obra? querer tapar o sol com a peneira. Novos blogs vão surgir e é evidente que novas tecnologias trarão novas formas de compartilhamento."

Alternativas já se apresentam neste momento em que o DMCA desce o sarrafo da lei. O Só Pedrada já tem um e-mail para os usuários se cadastrarem, caso queiram saber que rumos o site vai tomar se for fechado. Bruno também tomou providência idêntica antes de ter seu Som Barato lacrado. "O blog era inegavelmente o maior diretório de música já feita em Pernambuco", afirma Bruno. E era mesmo. Tinha um vasto acervo de música pernambucana - alternativa e antiga, raros discos de frevo, mangue beat e tudo o mais - acima de 2 mil títulos. Teve mais de 6 milhões de acessos em 2 anos.

"Todo mundo usa a internet pra baixar discos, inclusive os artistas, eu, você, e o engravatado da Biscoito Fino", diz Bruno. "Felizmente, o independente desconhecido e o mainstream estão se misturando, e agora ninguém sabe mais quem é quem, todo mundo é ouvido." Mas nem todo seu trabalho está perdido. Alguns usuários do site formaram uma corrente para criar um blog alternativo, que está em fase de teste e vai entrar no ar em breve no domínio www.sombarato.org. É a tal da "teoria Mosca na Sopa", como se diz por aí, reportando à canção de Raul Seixas que diz: "Por que ?cê mata uma, aí vem outra em meu lugar." Lembra do efeito Napster?


Onde garimpar

LORONIX: Mais de 2 mil títulos de raridades da bossa nova, samba, choro e outros gêneros de música brasileira em vinil, com textos em inglês sobre os discos, incluindo autores das faixas e ficha técnica (http://loronix.blogspot.com)

UM QUE TENHA: MPB em geral (discos raros e lançamentos), compilações exclusivas e alguns títulos de artistas estrangeiros relacionados à música brasileira (http://umquetenha.blogspot.com)


SÓ PEDRADA: Discos raros e lançamentos de hip-hop, soul, funk, bossa nova, samba e jazz, entre outros gêneros de música negra (http://sopedrada.blogspot.com)


SACUNDINBENBLOG: Basicamente álbuns clássicos e compilações exclusivas de pop suingado brasileiro e internacional, com alguns contrastes de rock deprê (http://sacundinbenblog.blogspot.com)

ABRACADABRA: Títulos obscuros e raros, independentes e instrumentais (http://abracadabra-br.blogspot.com)

LOS QUE NO SE CONSIGUEN: LPs e compactos raríssimos de música engajada e folclórica da América Latina, incluindo títulos brasileiros e europeus (http://losquenoseconsiguen.blogspot.com)

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

deu no jornal

Do Jornal do Commercio de hoje, 14 de novembro
Caderno C

Blogs de músicas ameaçados

Desde os primórdios do MP3, com o Napster e o Audiogalaxy, as grandes gravadoras e os internautas que compartilham música de graça travam uma guerra de gato e mouse. A proliferação dos blogs de colecionadores tornou-se uma festa orgiástica para os caçadores de raridades – como os discos de Pernambuco do Pandeiro, João Gilberto e Luiz Eça –, mas também para o consumidor ávido por novidades, que não quer pagar para tê-las. São tantos no Brasil e no mundo que disponibilizam música de graça em dimensões gigantescas que a coisa há muito fugiu do controle da indústria fonográfica.

Até que a DMCA (sigla americana para a Lei de Direitos Autorais do Milênio Digital) entrou em ação e passou a notificar sites que supostamente vêm cometendo infrações a esses direitos.

Um dos melhores e mais populares blogs de música brasileira, o Som Barato, foi fechado em outubro com base nessa lei. Outros, como o Um Que Tenha e o Só Pedrada, receberam notificações da DMCA e avisaram os usuários que a qualquer momento podem sair do ar.

“Já recebi duas notificações da DMCA. A alegação é que o conteúdo da postagem viola direitos autorais (foram um álbum de Francis Hime e outro de Milton Nascimento com Jobim Trio)”, diz Fulano Sicrano, do Um Que Tenha, que prefere não revelar sua identidade. “Acho que os blogs de música, em sua maioria, são simples propagadores de emoção”, defende.

Pesquisadores como Charles Gavin e Rodrigo Faour reconhecem a relevância do papel dos blogs. “Quando algum setor, principalmente do entretenimento, falha no seu papel de oferecer o que as pessoas querem, a informalidade toma o lugar”, diz Gavin, que tem vários projetos engavetados nas gravadoras.

Estas, diante da crise no mercado, se voltam para as novidades vendáveis. “Por mais que seja louvável valorizar o catálogo, não podemos ficar só olhando para trás para satisfazer três ou quatro exploradores de arcas perdidas”, diz Marcelo Castelo Branco, presidente da EMI no Brasil.

confira também aqui e aqui - este segundo só para que tem senha do jc.

por Lauro Lisboa Garcia, da Agência Estado

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

zezé motta canta 'pode me chamar'

povo lindo do meu coração,

mais um pouquinho do Deserto Feliz pra vocês irem se animando. Dessa vez tem tudo a ver com música, é um trecho em que Zezé Motta canta 'Pode me Chamar', da Banda Eddie.

A cena não está no filme, é um extra especialmente pra vocês.


quarta-feira, 5 de novembro de 2008

deserto feliz

esse não é um post exatamente sobre o sombarato ou sobre música mas tem lá suas relações... aproveito esse nobre espaço para fazer propaganda de um filme pernambucano que chega aos cinemas no próximo dia 28 de novembro.

Deserto Feliz tem direção de Paulo Caldas, o mesmo de Baile Perfumado e O Rap do Pequeno Príncipe Contra as Almas Sebosas, e produção de Germano Coelho, da Camará Filmes.

Para vocês irem tomando gosto, ai vai o trailer!



Tráfico de animais e exploração sexual de meninas. A poética do tempo real: duro e seco. Jéssica, 15 anos, uma adolescente do interior nordestino, assiste à ruína de sua família. Ela vai para o Recife e lá encontra o caminho do turismo sexual para viver. É neste universo que ela conhece e se apaixona por Mark, um turista de Berlim.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

www.sombaratinho.blogspot.com

o trocadilho é tão odioso quanto irresistível...
mal aê
www.sombaratinho.blogspot.com

o blog tem algumas alterações pra fazer - já que errou a profissão e o sobrenome do idealizador do som barato do passado (distante, já se vão um mês e 4 dias...) ... mas acertou em todo o resto.

du caralho, sombaratinho!
"pq cê mata uma e vem outra em meu lugar"

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Associação antipirataria trava guerra contra comunidade de 755 mil no Orkut - Folha Online

"porque cê mata uma / e vem outra em meu lugar" - Raul Seixas

DIÓGENES MUNIZ

editor de Informática da Folha Online

Uma guerra silenciosa, travada nos bastidores da principal rede social do país, preocupa internautas que baixam música pela internet. O Orkut, braço do Google que neste ano passou a ser chefiado por uma equipe brasileira, começou a deletar pedaços da sua maior comunidade dedicada a compartilhamento de arquivos MP3, a "Discografias".

O endereço existe desde 2005, conta com três administradores anônimos (Madruga, Cris e Chris) e abriga 755 mil participantes cadastrados --o número de pessoas que a utiliza efetivamente é bem maior, já que para acessar seu fórum não é preciso de inscrever. Ali, internautas compartilham links com álbuns musicais inteiros sem pagar nada. A organização e o volume de material fez com que o endereço se tornasse uma central para quem procura esse tipo de conteúdo na rede brasileira.

"É o nosso principal cliente. Em se tratando de música, ninguém tem mais arquivos que violam direitos autorais do que a 'Discografias'", diz Edner Bastos, coordenador antipirataria da APCM (Associação Antipirataria Cinema e Música), entidade que defende a propriedade intelectual.

Os moderadores da "Discografias", que passam mais de cinco horas por dia trabalhando no fórum, impõem regras rígidas, inclusive banindo usuários mais insistentes. As proporções levaram à criação de comunidades satélite, que servem de apoio para a principal. Na "Discografia - Pedidos", por exemplo, os usuários podem dizer o que querem baixar. Isso ajuda a não abarrotar o índice da comunidade "mãe" --onde entram apenas tópicos os com o caminho do download.


Hidra

No primeiro semestre deste ano, a APCM tirou do ar 118.750 links de filmes e músicas, 22.113 blogs e 20.332 arquivos P2P ("peer-to-peer", referentes a programas de compartilhamento como eMule) da internet. Seu principal rival, no entanto, continua de pé.

"Estamos com várias discussões com o Google, em alguns pontos eles nos ajudam", afirma Bastos. "Temos um trabalho para tirar [a comunidade "Discografias"] do ar, mas ela é muito complexa. É preciso pegar tópico por tópico para provar que todo aquele conteúdo é ilegal."

A exclusão de algumas páginas dentro da comunidade já foi sentida pelos internautas. Em uma nota divulgada na quinta-feira passada, os moderadores da "Discografias" afirmaram que "tópicos continuam a sumir e não são devolvidos. Depois que a administração do Orkut passou para o Brasil, a coisa tem piorado muito".

"Tiramos [o tópico] quando está constatado algum tipo de violação num link específico", afirma Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google no país. Nestes casos, o Google considera primeiramente a "liberdade de expressão", diz ele. "A comunidade é legítima, porque há discussão de música também. Além disso, você sabe, a gente deleta uma, eles criam outra."

A Folha Online entrou em contato com a moderação da comunidade. Sem se identificar, aceitaram responder à reportagem sobre seu trabalho na rede social.

"Muitas bandas, hoje, tanto no Brasil quanto no exterior, assumem que não fariam sucesso se não fosse a internet. Até o Presidente da República deu uma declaração favorável na semana passada sobre 'baixar músicas da internet'. Ilegal e pirataria, na nossa opinião, é a venda de CDs piratas", afirmam.

Segundo eles, o trabalho na Discografias é um "ótimo hobby". Mesmo sob pressão, não cogitam fazer um blog ou outro tipo de fórum --só se o Google fechá-los de vez.

"É certo que muita gente só está no Orkut pelas poucas comunidades úteis e bem organizadas que sobraram, tais como a 'Discografias' e algumas outras. Com o seu fim, pensamos que o movimento no Orkut cairia consideravelmente", apostam.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Lula diz que já baixou músicas na internet - G1

furo de reportagem sem barato / papa figo:
o som de lula molusco toca mp3 ilegal!

Ele disse que a indústria fonográfica vai 'chiar' contra os downloads.
Presidente afirmou que, quando sair da Presidência, acessará mais a web.

Jeferson Ribeiro Do G1 , em Brasília


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou nesta sexta-feira (10), durante entrevista exclusiva para os portais de Internet, que já baixou três músicas na web. Ele disse que queria presentear os governadores Cid Gomes (Ceará) e Jaques Wagner (Bahia). O presidente demonstrou preocupação com o futuro da indústria fonográfica.

“Eu acesso pouquíssimo a internet. Quando eu deixar de ser presidente da República eu vou acessar tudo que eu não tive direito, sobretudo música. Esses dias baixei música para dar ao Cid Gomes. Eu queria achar três musicas”, contou.

Uma delas, segundo o presidente, era a “Viola Enluarada”, dos compositores, Paulo e Sérgio Valle. “Depois eu queria achar uma música para o Cid Gomes, eu não sei porque eu estava lá com ele e comecei a cantar e ele falou: eu nunca ouvi essa música. Pois é do Ary Toledo, o famoso Comedor de Gilete, do Ceará. A outra, que eu queria dar para o Jaques Wagner, eu não sei o nome do cantor, mas que homenageia a Bahia”, contou.

Sem lembrar o nome da música, o presidente se aventurou a citar os versos. “A música diz assim: sou da Bahia, comigo não tem horário, não sou otário e ninguém pode zombar. Sou cabra macho, sou baiano toda hora”, afirmou. Segundo Lula, os dois governadores são muito jovens em relação a ele e não conheciam as músicas, por isso quis mostrá-las e baixou na internet.

Lula disse que não sabe como a indústria fonográfica vai conviver com o fenômeno da Internet e prevê que haverá uma chiadeira em breve. “Não sei como os donos das produtoras de CDs e DVDs vão sobreviver nesse mundo libertário que a Internet possibilita às pessoas. Não sei se estão exigindo alguma regulamentação, ou alguma coisa, mas em algum momento alguém vai começar a chiar para isso”, comentou.

Karina Buhr - pré-mix + ao vivo [2008]

Karina Buhr é líder da banda Comadre Fulozinha, com quem gravou os CDs Comadre Florzinha (1999) e Tocar na Banda (2003) e finaliza agora o terceiro cd do grupo. Também assina as ilustrações das capas e encartes dos CDs da banda.

No trabalho solo é acompanhada por Otávio Ortega (teclado e programações), Bruno Buarque (bateria), Mau (baixo) e Gui Mendonça (trompete).

Atualmente integra a banda da cantora Iara Rennó com o show Macunaíma Ópera Tupi, participa como convidada da banda Mamelo Sound System e do projeto solo do guitarrista Fernando Catatau, da banda Cidadão Instigado. Recentemente participou do projeto Era Iluminada – Mangue Beat, do SESC Pompéia, dividindo o palco com a Nação Zumbi, Siba e a Fuloresta, Junio Barreto, Lia de Itamaracá entre outros.

Karina foi integrante das bandas Eddie, Dj Dolores e Orchestra Santa Massa, Bonsucesso Samba Clube, Veio Mangaba e Suas Pastoras Endiabradas, dos maracatus Estrela Brilhante (1994/1998) e Piaba de Ouro (1994/1995) entre outros. Essa bagagem traz pra sua música muitas influências que vão se revelando e surpreendendo a cada nova audição.

Radicada em São Paulo há 5 anos integra a companhia Teatro Oficina Uzina Uzona, de José Celso Martinez Correa, como atriz, cantora, percussionista e compositora. Com o grupo participou das cinco peças da montagem de Os Sertões em temporadas em São Paulo, na turnê brasileira 2007 (Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Quixeramobim e Canudos) e na gravação dos DVDs, Bacantes (2001) em temporada e gravação do DVD e apresentou quatro peças de Os Sertões na abertura da temporada 2005/2006 do teatro Volksbühne, em Berlin.

para saber mais sobre o trabalho solo:

www.myspace.com/karinabuhr
Contatos: dudavieira@hotmail.com (11) 9155-7107 (11)3862-3824


quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Blog de compartilhamento de músicas é retirado do ar - Boletim G-POPAI


segunda-feira 6 de outubro de 2008, por jamila

Através de uma mensagem de e-mail em inglês Bruno Rodrigues, de 24 anos, soube que tinha três dias para alterar o conteúdo de seu blog ou ele seria retirado do ar pela empresa que o hospedava. “Recebi um email de notificação do Blogger/Google avisando que o blog estava sob denúncias de infringir direitos autorais. Na notificação, eles mandavam uma espécie de link para que eu pudesse consultar exatamente o que era a denúncia, mas esse link não funcionava e retornava um aviso de que o conteúdo estava sendo processado”, conta.

No dia 9 de setembro, seu blog – o Sombarato – junto com todo o seu conteúdo foi tirado do ar.

O Sombarato foi criado em 16 de janeiro de 2007, quando Rodrigues decidiu disponibilizar gratuitamente seu acervo de discos raros para os amigos. Em pouco tempo o site tornou-se popular e novos colaboradores foram adicionados ao blog que aumentava cada vez mais a quantidade e variedade de discos. “O grande diferencial do Sombarato sempre foi o acervo. Não se encontrava em outro lugar as dezenas de discos de frevos, rock psicodelico recifense e tantas outras raridades” lembra.

Segundo Filipe Barros, autor do “Manifesto a favor do Sombarato” (publicado no blog Sembarato, [1]) o blog reunia cerca de 2 mil discos - muitos dos quais não se encontram mais em circulação -, alem de áudios de shows ao vivo e aúdios de DVD. Segundo seu Manifesto, “boa parte dos artistas contavam com o Sombarato para divulgar seu conteúdo e disponibilizavam livremente suas músicas”.

Apesar de todos os links terem se perdido junto com o blog, Rodrigues ainda tem um bacup de suas músicas e de comentários que eram deixados no Sombarato. Mesmo assim, ele não pretende retomar o site. "Um dos colaboradores pretende continuar a história do sombarato. Vamos esperar", diz.

É possível acompanhar o desenrolar dessa história através do novo blog, Sembarato (http://sembarato.blogspot.com), que reúne diversas mensagens de solidariedade ao Sombarato e manifestos contra a ação arbitrária de desativação do site.

DMCA

O Google justifica a retirada do blog Sombarato do ar com o Digital Millenium Copyright Act (DMCA), uma lei aprovada em 1998 nos Estados Unidos. Entre outras medidas, o DMCA permite que detentores de direitos autorais solicitem aos provedores de servicos online que bloqueiem o acesso a conteudos que violem direitos autorais ou os retirem de seus sistemas.

Blog Sembarato

Digital Millenium Copyright Act (em ingles)

Politica do Google sobre reclamacoes de violacao de direitos autorais

Veja as reclamacoes recebidas pelo Google com base no DMCA

Veja as perguntas comumente feitas sobre DMCA no site Chilling Effects

Observações

[1] http://sembarato.blogspot.com

sexta-feira, 3 de outubro de 2008






a quem interessar possa, segue o link com os cartazes de festas que apareceram no finado sombarato!

cartazes!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008


O texto abaixo foi enviado por Pablo Honorato para a lista de email do sombarato.


Caríssimos,
Enxergar blog's como o Som Barato sob a pecha de "ilegais" é, no mínimo, analisar a realidade com retrógrados olhos patrimonialistas, e já não é esse o enfoque que a Constituição dá aos direitos civis. Direitos culturais tambéms são direitos humanos e, portanto, dignos de respeito. A dimensão cultural é indispensável e estratégica para qualquer projeto de desenvolvimento.
O reconhecimento e a valorização da diversidade cultural estão ligados à busca da solidariedade entre os povos, à consciência da unidade do gênero humano e ao desenvolvimento dos intercâmbios culturais. Os processos de globalização e/ou mundialização, caracterizados pela rápida evolução das tecnologias da informação e da comunicação constituem hoje desafios para a preservação e promoção dessa diversidade, criando condicionamentos e ameaçando o diálogo permanente entre culturas, civilizações ou grupos sociais.
Nesse sentido, o Som Barato era meu blog preferido. Baixei mais de 300 cds só dessa fonte e posso dizer que o desapego a interesses financeiros do blog só reforça sua feição educativa e seu intuito de propagar aos desprivilegiados, que não têm acesso às benesses da nossa cultura (que é nossa e não de uns só). É claro que os responsáveis pelo blog não tinham outro intuito que não o de contribuir com a nossa cultura, resistindo à uniformização cultural global.

É preciso pensar na propriedade à luz de sua função social, conforme dispõe o próprio artigo 5º da Constituição, e interpretar a Lei de Direitos Autorais (Lei 9610/98) contextualizada ao que determina o artigo 215 da CF, que ora transcrevo:

"Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.

§ 1º - O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.

(...)

§ 3º - A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao desenvolvimento cultural do país e à integração das ações do poder público que conduzem à:

I - defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro;

II - produção, promoção e difusão de bens culturais;

III - formação de pessoal qualificado para a gestão da cultura em suas múiltiplas dimensões;

IV - democratização do acesso aos bens de cultura

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico."

Aos interesados em aprofundar-se sobre a questão, recomendo a leitura desse texto aqui, que trata da perseguição ao Cineclube Falcatrua, da Universidade Federal do Espírito Santo, que realizava apresentações gratuitas de filmes e que foi acionado na Justiça para que parasse de promover tais exibições:
É um belo texto e reflete um pouco sobre o lado jurídico da questão, além de dar uma abordagem filosófico-política à mesma.
Pensando de cá sobre o ocorrido, vem-me à memória o fato de que durante um tempo, nas ruas do Rio de Janeiro foi proibido pela polícia aos negros recém-libertos da escravidão praticar a capoeira, sob pena de serem mandados pra cadeia. A previsão legal para o aprisionamento: crime de vadiagem.
Tratar os blogs culturais ou a capoeira como "crime" é ou não apenas uma questão de interpretação da norma?
Aquele abraço.
P.S.: Os piratas são eles. Nós não queremos o ouro. (Agência Ensaio - Paraíba)

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

lute pelo direito de festejar! e festeje pelo direito de lutar!
















Sabrina do Fogo Encantado disse...

Devidamente postado no meu brógui tbm!!!

http://viagensdesabrina.blogspot.com/

Estou repassando os links destes bróguis em vários outros meios.

Recentemente aconteceu em Belém do Pará o primeiro encontro do Fórum de Música Independente do Pará. O fim do Som Barato foi relatado e super comentado. Espero que seja dado o devido rumo a este debate.

Abraços.

24 de Setembro de 2008 20:09

Harim Britto disse...

Salve!

A quem interessar, tem um post lá na comunidade do sombarato no orkut com uma manha pra salvar algumas pérolas que ainda restam nos arquivos do blog...

25 de Setembro de 2008 14:03

domingo, 21 de setembro de 2008

fim do sombarato? (por Ennião)


Neste mês de setembro de 2008 foi fechado o blog Som Barato que disponibilizava músicas para download gratuitamente. Responsável por um dos maiores e mais respeitados trabalhos de resgate, divulgação e preservação da música brasileira. Oportunidade para pesar nossas manifestações culturais em face de poderes absolutos de particulares. Não é acabar com gravadoras. Mas e quanto a acabar com trabalhos como o do Som Barato? Uma atitude unilateral, arbitrária, autoritária e INCONSTITUCIONAL! Ninguém do blog foi ouvido! Uma atitude dessas está longe de compreender a real conjuntura em que está a distribuição gratuita de música pela internet. De onde vem esse poder? Eu digo que como hoje é posto em debate, deixou de ser inquestionável. Mais de 2.000 discos disponíveis! Mais de 1 milhão de downloads! Visitado por pesquisadores, músicos (uns que até proíbem suas músicas na internet!!!), estudiosos, saudosistas desamparados, professores, donas de casa, policias, malabaristas, donos de gravadoras em busca de idéias, padres, padeiros, putas, ciclistas, bichas, punks, pobres, milionários, seres mutantes até grandes moluscos vermelhos! Quando a máscara vai cair? A maioria do material publicado no Som Barato nem tinha distribuição! Muita coisa nem existia em cd! E as entrevistas, textos, biografias, críticas, comentários, informaçõs e opiniões lá postadas? Também são "ilegais"? Ponto de divulgação de festas e de shows de ótimos artistas muitas vezes nem citados na grande mídia. Isso também é proibido? O blog transformou-se numa referência para encontros de fãs de música e de colecionadores de vinis. TUDO FOI SUSPENSO! TUDO ISSO É CRIME? Centenas de artistas aplaudem e tem suas carreiras renascidas graças a trabalhos como esse. Outros músicos iniciantes (muitos de soberbo talento $EM E$PAÇO NA INDÚ$TRIA FONOGRÁFICA) passaram a ter uma via direta e honesta para mostrar seus trabalhos. Então eu pergunto: Por que todos tem de pagar se uma Biscoito Fino da vida não quer "seus discos" lá? Ao povo brasileiro (e de todo o mundo) mais uma vez ficam os valores, muito além dos mensuráveis em dólar, nos cofres dos "proprietários da arte". Lembro-me de casos como a Discos Marcus Pereira com suas centenas de discos sob guarda da EMI. O maior projeto fonográfico brasileiro quase não conhecido de seu povo. Quem tem as chaves desses porões? Muitos desses discos estavam postados no Som Barato. Prá você leitor o que é mais importante? Vale lembrar que moramos num país sem memória cultural! De quem é a culpa? Antes de apontar o dedo ou (ainda pior) proibir, vetar e executar por conta própria, vamos discutir. TODOS NÓS! TODO O POVO BRASILEIRO. Nossa arte maior está apodrecendo nas gavetas de mercenários protegidos por leis caducas. Todos podem ganhar. Novas alternativas tornam-se imprescindíveis. Quem deve se submeter? Um tempo retrógrado que insiste em negar o presente defendendo interesses próprios (e de músicos que não querem largar o osso) ou o agora que pode sim trazer empregos, desenvolvimento econômico (não é essa a desculpa "deles" quando na verdade sonham em ser milionários?) e acima de tudo liberdade e acesso irrestrito a cultura? Este sim, um bem irrenunciável e indisponível de qualquer povo que valoriza e defenda sua identidade como patrimônio essencial de sua dignidade.

Para concluir leia esse artigo intitulado "Tabu Pirata" publicado na revista eletrônica Consultor Jurídico sobre a questão da pirataria no Brasil, o que diz as leis e o império da desinformação disseminado pela indústria. LEIA!!!!!

Aqui vai um link que andou rodando pela net com alguns links do Som Barato. Não todos, mas muitos.

Um pouco mais sobre o fechamento do Som Barato e seus desdobramentoes, acesse http://sembarato.blogspot.com/
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*texto retirado do blog no pau da goiaba!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008


Realmente... sei lá, quando aprendi da parada, tiraram-na de mim. Quando passei a sentar no sofá, me deram um tamborete pra ficar mais longe do centro. Me seccionaram entre os que têm e os que não têm: fiquei sem nada novamente. Quem fez isso? Quem teve essa brilhante idéia? Um quarentão e seu partido de truculentos? Talvez os mesmos que gerenciam o mercado da desinformação formal, tornando a América do Sul mais e mais abucéfala, onde tudo custa mais caro: livros e discos, cinema e teatro. A despeito disso, o movimento “re”- evolucionário das marés não se interrompe. Temos vários outros estudantes, abnegados, alcoólotras e desordeiros – como devem imaginar tais senhores – nas linhas de frente do invisível nos alimentando. "The tide is low", disse Jane. Mas eu não escuto Jane, e sigo em frente farejando e mexendo. Compartilhamento não é crime. Tudo não passa de hermenêutica jurídica, mas a justiça é uma mulher cega de um olho só por estas bandas – a sua carteira ela enxerga. Como enxergaram também uma afronta na, talvez a mais humana de todas, atitude solidária que o Som Ba... som o quê mesmo? Barato!? Mas era de graça! Ninguém estava lucrando nada, a não ser noites mal dormidas e diversão informativa. E se o Ministério Público interviesse com uma medida de valores pela propagação do som no ar que nós respiramos, como não fazem com as rádios novas (Por que só as rádios piratas ou livres derrubam avião?) que nos entopem de bê-á-bá, quando o que queremos mesmo são frases inteiras, novas sintaxes, semânticas atraentes, outras obras filosóficas, outros olhares..? Mas como, aqui!? Aqui, isso da forma solidária de atuação, do compartilhamento de informação, isso é um saqueio! O vinil nunca acabou lá fora. Quem gosta, e quem, antes de poder comprar, quiser comprar, fará isso, com ou sem “torrents”. Porém ainda voga este conceito apodrecido neste rincão do sul, ainda há a prevalência do poder ante a vontade. Tem lugares no mundo onde o sujeito chega e compra a obra de Hesse, por exemplo, pelo que gastamos num lanche da McDonald’s sem a conversão. Aqui, precisamos fazer contas. Precisamos nos equivocar. É natural. O mercado fonográfico é como uma partida de futebol onde o juiz aponta para a bola num determinado ponto do campo, mas os dois times estão imóveis sem saber o que ele marcou... esse é o quadro. Simples assim. É a mudança de mercado. Acontece. No entanto, o que nunca mudou foi a sede de conhecer da humanidade, em qualquer cú de mundo. Essa, não! Essa é foda! Saca o polinésio que se perdeu no mar e foi bater na Patagônia, né? Apôis! Vou dormir hoje por aqui sem baixar o novo cd de Zeca Baleiro. Acho que vou ao show, já fui a alguns dele. O cd, disseram-me, está bem interessante. Quanto aos incautos que tiraram meu sofá do lugar, pérolas aos porcos! Podem beber uísque em seus flats de luxo, suas horas chegarão. Em algum momento “the tide will be high again”. Esse é o movimento do mundo, da gênese, e até agora temo-nos como irresistível. Contrai aqui, expande ali, numa esquina qualquer ou numa escola pública caindo aos pedaços. Seus filhos poderão ou não sentir vergonha. Nós, que fazíamos uso daquela sala de aula, a temos conosco... vou cagar agora esperando a água tocar meu pés outra vez.